Pais denunciam profissional por colocar sem testar sonda urinária que ficou ‘travada’ na bexiga de criança de 2 anos
Pais denunciaram uma profissional por colocar, sem testar, uma sonda urinária que ficou “travada” na bexiga de uma criança de dois anos, na Santa Casa de Andradina (SP). O caso ocorreu na sexta-feira (21/junho) e o menino recebeu alta médica na segunda-feira (24/junho).
Em nota, a Santa Casa de Andradina informou que abriu uma sindicância administrativa interna para apuração quanto ao ocorrido e que prestou toda a assistência à família.
Os pais da criança, Raphael Aparecido Lucas Rodrigues e Dayani Aparecida Gondin da Silva, contaram que o filho foi diagnosticado com um distúrbio renal.
Na sexta-feira, o menino apresentou inchaço anormal e foi levado pela família à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para atendimento médico. No local, foi recomendada pelo médico nefrologista a colocação da sonda, depois de a criança ficar cerca oito horas sem urinar.
No entanto, segundo o pai, a profissional responsável pela colocação agiu de forma inadequada durante o procedimento, o que resultou na inserção incorreta do cateter. Rafael ainda alegou que a sonda apresentava defeito.
“A enfermeira que passou a sonda nele ficava debochando, tirando completamente a confiança da gente, porque ela brincou, parecendo que tinha sido a primeira vez que ela tinha mexido na sonda. No meio do procedimento, ficou bem claro porque não foi possível colocar a água destilada toda da seringa na sonda para finalizar. Logo depois, todo mundo do hospital ficou perdido. O meu filho estava sem poder urinar e chorando de dor”, reclamou o pai.
Ainda conforme Raphael, o erro médico levou à necessidade de uma transferência para Araçatuba (SP) no dia seguinte, sábado (22/junho), para a remoção da sonda. Isso porque os profissionais em Andradina teriam dito que somente seria possível fazer a retirada com cirurgia.
Em Araçatuba, de acordo com Raphael, uma médica especializada sedou a criança e fez a remoção da sonda rapidamente, sem necessidade da intervenção. O pai ainda disse que o filho já foi submetido ao processo outras duas vezes, sem intercorrências.
“A gente ficou desesperado. No outro dia, a médica chegou por volta das 9h00 e removeu a sonda em cerca de cinco minutos, demonstrando total despreparo da equipe de Andradina. Ela foi muito competente e disse que toda sonda deve ser testada antes de ser inserida no paciente”, revelou o pai.
A mãe do menino, por sua vez, disse que ficou angustiada de não poder acompanhar a criança. Isso porque Dayani estava com o outro filho mais novo, de cinco meses, que foi internado em São José do Rio Preto, no dia 19/junho, para uma cirurgia no coração.
“Quando meu marido me contou, eu fiquei desesperada, porque queria ficar perto. Era a vida dele e a saúde dele que estavam em risco. Os médicos querem que meu filho, agora, faça o acompanhamento em Araçatuba, porque lá o hospital tem suporte para isso”, comentou a mãe.
Ambos os meninos receberam alta médica e estão bem. A Polícia Militar e o Conselho Tutelar foram acionados no hospital para o registro da ocorrência. A família ainda informou que vai processar a equipe do hospital na Justiça.
(Fonte: G1 São José do Rio Preto e Araçatuba)