Patrulha Maria da Penha aborda violência doméstica em escola
Contar a história da farmacêutica brasileira Maria da Penha Maia Fernandes, reconhecida ativista dos direitos das mulheres, e, com isso, levar informação e reflexão sobre violência doméstica a crianças de várias faixas etárias. Esse foi o objetivo da apresentação feita pela Patrulha Maria da Penha na Escola Municipal Professora Regina Mallouk, na Estância Santa Clara, em São José do Rio Preto (SP), na manhã desta segunda-feira (14/agosto).
A ação faz parte da programação do Agosto Lilás, mês de orientação e conscientização em relação à violência contra a mulher promovido pela Secretaria da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial de Rio Preto. As ações miram tanto as vítimas quanto os profissionais que atuam na rede de enfrentamento. Estão previstas palestras em escolas, empresas e instituições, oficinas no Centro POP e o 1º Simpósio Regional de Enfrentamento da Violência contra a Mulher.
Na escola Professora Regina Mallouk, para os alunos mais novos, os elementos lúdicos estão mais presentes. Conforme a faixa etária aumenta, a linguagem é readequada e os elementos mais infantis dão lugar a reflexões e debate. Uma música coreografada é apresentada para melhor fixação do número de telefone da Patrulha Maria da Penha, o 153.
“Essa apresentação surgiu após demanda de uma escola. Acho muito importante, porque estamos lidando com a prevenção. É um projeto para fazer com que meninas e meninos entendam o contexto da violência que pode acontecer no ambiente familiar deles e, no futuro, se tornem mulheres e homens em relações saudáveis”, afirma a guarda civil municipal Fábia Suaide, uma das coordenadoras da Patrulha.
Para a diretora da unidade escolar, Andrea Daniele Rodrigues, esses momentos são importantes, principalmente por causa da orientação e da escuta. “Abre espaço para que algumas crianças exponham o que passam em casa e consideram normal. Às vezes, a mãe não enxerga a violência e acaba transmitindo para a crianças e isso entra na rotina. Esse tipo de vivência mostra que a violência não pode ser naturalizada”, diz. A gestora ainda destaca o papel de multiplicador dos alunos.
“Precisamos falar com a mãe e a avó sobre isso, para proteger. Que homem não pode bater em mulher”, diz Eloah Vitória da Silva Gênova, 10 anos, aluna do 5º ano. “Gostei muito da palestra, saber sobre a violência doméstica”, complementa a amiga Isabelly Queiroz Goda, 10 anos, também do 5º ano.
A secretária Maria Cristina de Godoi Augusto participou da atividade e interagiu com as crianças. “Falar sobre violência doméstica dentro do ambiente escolar é uma forma de prevenir, porque acho que temos de começar pelos pequenos, para que sejam multiplicadores dos nossos serviços e quais números acionar em busca de ajuda.”
Patrulha Maria da Penha
A Patrulha Maria da Penha de Rio Preto, serviço prestado pela GCM (Guarda Civil Municipal), completou três anos em 2023. O grupo foi criado para atuar no atendimento, acompanhamento e proteção de mulheres vítimas de violência doméstica e atua em parceria com outros órgãos como Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial.
No primeiro semestre deste ano, a patrulha atendeu 670 mulheres, as quais visitava, no mínimo, uma vez por mês. Além do acompanhamento das mulheres que têm medidas protetivas contra agressores, é possível acionar a Patrulha emergencialmente pelo telefone 153.
(Fonte: Gazeta de Rio Preto)