Pedreiro pisa em brinco, tem infecção e precisa amputar o pé após aguardar por vaga em hospital
Um pedreiro de 59 anos pisou em um brinco, teve uma infecção e precisou amputar o pé após aguardar dois dias por uma vaga na Santa Casa em Araçatuba (SP). Segundo a família, a demora na transferência contribuiu para o agravamento do caso.
Conforme apurado pela TV TEM, até a última atualização desta reportagem, 12 pacientes, entre eles duas crianças, aguardam transferência para a Santa Casa via Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). Em nota, a Santa Casa informou à reportagem que o hospital opera com demandas 30% acima da capacidade.
Inicialmente, Rafael de Oliveira Flauzino contou que o pai, Guaraci de Oliveira Flauzino, pisou no brinco na primeira semana de novembro, que perfurou o pé, mas, a princípio, não sentiu dores, uma vez que é diabético e tem pouca sensibilidade.
Inicialmente, Rafael informou que o pai recebeu atendimento no pronto-socorro de Araçatuba e foi orientado a tratar o ferimento em casa, com antibióticos. Entretanto, o estado de saúde do pai piorou.
No dia 20/novembro, o paciente procurou atendimento novamente na unidade de saúde ao notar que o ferimento estava infeccionado. Guaraci chegou a ser internado e passou a aguardar transferência para a Santa Casa.
Depois de dois dias de espera, no dia 22, por volta das 13h00, o paciente foi transferido para o hospital. Contudo, a equipe médica informou à família, de acordo com o filho, que o quadro se agravou e que o pé seria amputado.
“O médico especialista olhou e falou para o meu pai que teria que amputar o pé dele, porque a gente chegou tarde lá. Se tivesse chegado mais cedo, teriam salvo o pé dele, lamenta Rafael.
O pai, conforme Rafael, não tem previsão de alta hospitalar, ainda sente muitas dores, não consegue defecar e está com febre alta.
A Santa Casa atende 40 municípios na região de Araçatuba. No hospital, são 330 leitos, sendo 80 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Em nota, o hospital lamentou que o setor de emergência não tem conseguido atender o crescimento da demanda, sendo que a superlotação tem obrigado os funcionários a atender os pacientes em macas nos corredores.
Conforme a Santa Casa, o paciente foi inserido na Cross, mas a superlotação impediu o aceite. “Caberia à Cross a localização de uma vaga em um dos muitos hospitais da região, posto tratar-se de um caso de média complexidade”, informou em nota.
Já o DRS (Departamento Regional de Saúde) de Araçatuba disse que o paciente citado está sendo assistido e acompanhado por equipe médica multidisciplinar, conforme o quadro clínico.
(Fonte: G1 São José do Rio Preto e Araçatuba)











