PF é determinada a investigar ayaque a tiros em assentamento do MST em Tremembé (SP)
O MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) determinou neste sábado (11/janeiro) à PF (Polícia Federal) a abertura de um inquérito para investigar o ataque a tiros ocorrido na noite de sexta-feira (10/janeiro), em um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, na cidade de Tremembé, no interior de São Paulo.
O ataque resultou na morte de duas pessoas e deixou seis feridas, sendo que algumas delas estão em estado grave.
O crime aconteceu no assentamento de reforma agrária Olga Benário, por volta das 23h00, quando um grupo de criminosos, ainda não identificados, chegou ao local disparando contra os moradores. De acordo com o MST, os agressores eram cerca de 10 pessoas, divididas em cinco carros e duas motos.
As vítimas fatais foram identificadas como Valdir do Nascimento, de 52 anos, e Gleison Barbosa Carvalho, de 28 anos.
Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que o ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, mencionou a violação de direitos humanos no ofício enviado à PF. Uma equipe de investigadores foi imediatamente deslocada para o local, incluindo peritos e papiloscopistas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou solidariedade às famílias das vítimas em uma ligação com a direção nacional do MST e determinou que o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, acompanhasse as investigações. Teixeira, que se dirigiu para Tremembé, confirmou que o governo está acompanhando de perto o caso.
A Polícia Civil de Taubaté também investiga o ocorrido. Seis outras pessoas, com idades entre 18 e 49 anos, foram feridas e levadas para o Hospital Regional de Taubaté e o Pronto Socorro de Tremembé. A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que um homem foi detido no local e autuado por porte ilegal de arma de fogo. O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma.
Além de Paulo Teixeira, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, também estava marcado para ir para a região entre este sábado (11/janeiro) e domingo (12/janeiro) para acompanhar a apuração do caso.
(Fonte: Gazeta Brasil)
ATUALIZADO EM 11/JANEIRO/2025 – 23H15
Polícia prende um suspeito de ataque
De acordo com o delegado Marcos Ricardo Parra, chefe da seccional de Taubaté, o preso confessou participação no ataque e forneceu informações sobre outros envolvidos. “Ele confessou o crime. Não só confessou, como está indicando onde podem ser encontradas as demais pessoas [que participaram do ataque].
Além disso, foi reconhecido por algumas vítimas e testemunhas. Trabalhamos com a certeza da participação dele”, declarou Parra em entrevista à TV Vanguarda.
O ataque
Segundo relatos do dirigente regional do MST, Altamir Bastos, o conflito teve origem em uma tentativa de invasão de um lote identificado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) como desocupado. Ele afirmou que, durante a semana, os invasores já haviam retirado a bomba de um poço que abastecia o assentamento.
Na noite de sexta-feira (10/janeiro), o ataque ocorreu por volta das 23h15. Altamir relatou que cerca de cinco carros chegaram ao local com homens armados, que desceram atirando. “Eles estavam atirando para matar, mirando na cabeça. Pelo menos quatro pessoas foram atingidas com tiros na cabeça, e dois morreram”, afirmou Altamir.
O dirigente contou ainda que algumas vítimas conseguiram escapar se jogando no chão ou fugindo para o mato. Um jovem, de 18 a 19 anos, relatou que os criminosos utilizaram lanternas para procurar sobreviventes enquanto afirmavam que matariam todos. Após o ataque inicial, os homens retornaram ao local e dispararam novamente, dessa vez de dentro dos veículos.
Investigação em andamento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que a Polícia Federal também investigue o caso. A ação foi descrita por Altamir Bastos como um “ato de intimidação” contra o movimento, que combate publicamente a venda ilegal de lotes em assentamentos da região.
A polícia segue em busca de outros suspeitos, enquanto integrantes do MST continuam denunciando o aumento da violência nos assentamentos do Vale do Paraíba. “Foi tudo muito rápido. Eles vieram para exterminar, aniquilar todos que estavam ali”, afirmou Altamir.
(Fonte: Gazeta Brasil)