Polícia indicia professor que ministrou aulas de matemática em escolas com diplomas falsos por quase 10 anos
Desde 24/março/2014, homem dava aulas em escolas particulares e públicas de Andradina (SP), segundo a polícia. Inquérito foi concluído na terça-feira (08/agosto). A Polícia Civil indiciou um professor que, por quase 10 anos, ministrou aulas em escolas públicas e particulares com diplomas falsos da graduação e mestrado em matemática, em Andradina (SP).
O delegado responsável pelo caso, Tadeu Aparecido Carvalho, informou ao G1 que o crime foi denunciado por uma universidade de Maringá (PR), onde o professor havia prestado processo seletivo para lecionar as aulas no começo deste ano. A identidade do suspeito, de 32 anos, não foi revelada.
Conforme o delegado, os diplomas constavam que o professor concluiu a graduação e o mestrado em matemática na UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), sediada em Três Lagoas, em 2006 e 2008.
Durante a investigação, a Polícia Civil questionou a universidade sobre o diploma deste professor, que informou que os documentos eram falsos e que o suspeito não constava na lista de formandos, apesar de ter estudado no local.
Ainda segundo o delegado, o ‘falso professor’ dá aulas em uma escola estadual em Andradina desde 2014.
Com o início das investigações, no início deste ano, o professor deixou de lecionar. “A Secretaria Municipal de Ensino publicou no Diário Oficial para que pessoas que não fossem concursadas se inscrevessem para fazer a seleção para dar as aulas. Nesse caso, a Educação recebeu a candidatura deste professor. Depois de aprovado, a contratação é feita e a escola solicita os documentos, dentre eles o diploma. Então, ele apresentou o falso e passou a dar aula”, ressaltou o delegado.
Em 2021, segundo o delegado, o professor também foi contratado para dar aula em uma escola particular na cidade, com a apresentação destes mesmos documentos falsos e com o holerite que certificava o pagamento das aulas ministradas por ele na rede pública.
A polícia cumpriu o mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça, na casa do professor, onde encontrou os diplomas falsos. Durante o depoimento, o delegado informou que o suspeito negou o crime.
Com o inquérito concluído por uso de documento falso, cabe ao Ministério Público decidir se oferece ou não a denúncia para a Justiça. A pena para este crime é de três a seis anos de prisão.
O G1 questionou a Secretaria Estadual de Educação sobre o caso. Em nota, a pasta informou que a Diretoria de Ensino de Andradina abriu um Processo Administrativo para apurar os fatos e está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. O professor não faz mais parte do quadro de servidores.