Professora é investigada de denúncias de agressões e ameaças de professora contra crianças
A Polícia Civil vai investigar denúncias de agressões verbais e ameaças praticadas por uma professora contra crianças do 5º ano de uma escola municipal de Engenheiro Balduíno, distrito de Monte Aprazível (SP).
Três boletins de ocorrência por ameaça e perseguição foram registrados no dia 22/agosto, mas a reportagem teve acesso a eles somente nesta quarta-feira (30/agosto). Ao G1 três mães revelaram como suspeitaram das supostas agressões. Para preservar as crianças, elas não terão a identidade revelada.
Conforme o B.O, a professora questionou se uma das crianças, diagnosticada com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), já havia procurado um médico para que ele receitasse remédios, já que ela não o “aguentava mais”. Uma outra mãe relatou à polícia que, em sala de aula, a menina foi chamada de incompetente pela suspeita.
Antes de acionar a polícia, as mães afirmaram que procuraram a diretoria de ensino de Monte Aprazível para denunciar as agressões. Na ocasião, segundo elas, a professora foi advertida e ficou 15 dias afastada sob atestado médico. Contudo, retornou à sala de aula no dia 22/agosto.
O G1 questionou a Secretaria Municipal de Educação, que informou que instaurou um procedimento disciplinar administrativo para investigar o caso. Até o momento, segundo a prefeitura, a educadora está afastada. “O município informa ainda que vem prestando auxílio aos alunos e familiares envolvidos”, conclui a nota.
O advogado Douglas Eduardo da Silva, que defende as famílias dos estudantes, informou à reportagem que também acionou o MP (Ministério Público) e o Conselho Tutelar. A Polícia Civil informou que vai periciar os áudios e investigar o caso.
O caso
Uma das mulheres ouvidas pela reportagem afirmou que o filho, de 10 anos, precisou ser afastado das aulas, por tempo indeterminado, após consultas no psiquiatra que emitiu atestado médico ao menino. Isso porque, a criança começou a ter medo de frequentar a escola.
A mãe relatou que soube que, na sala de aula, a professora supostamente isolava o menino dos outros alunos, além de supostamente xingar de ‘incompetente’. Assim que soube das supostas agressões, a mulher revelou que também foi diagnosticada com depressão.
“Ele está tomando medicamento, teve uma crise de ansiedade muito forte. Ele ia e voltava da escola chorando, então eu estava desconfiando. Como ele chorava muito, eu também comecei a desenvolver depressão. Me culpei e me arrependo por não ter tirado ele antes da escola” frisou a mãe.
Uma segunda mãe expôs ao G1 que suspeitou do comportamento alterado do filho, de 10 anos, que começou a se chamar de ‘burro’ por não conseguir completar as tarefas passadas pela professora.
“Eu nunca tive reclamação dele. Eu levei ele no médico que detectou que ele tem o TDAH em grau leve, que não necessita de medicação. Ele só precisa de reforço escolar. Mas, ele começou a sofrer bullying dos amigos porque a professora questionava ele se já tinha tomado remédio”, afirma a mãe.
Desde que notou o comportamento alterado do filho, a mãe o levou para iniciar o atendimento com uma psicóloga, além de tirar a criança da escola por quase uma semana.
“A gente está um ‘caco’, a família está desestruturada, estou acabada. As crianças não querem ir para a escola porque se sentem ameaçadas. A gente só quer que ela saia para que as crianças tenham paz. Eu fico em casa com medo também”, lamenta a mãe.
Uma terceira mãe também conversou com a reportagem sobre como descobriu as supostas agressões praticadas pela professora. De acordo com ela, a menina, de 10 anos, reclama da atitude da professora em casa e supostamente também foi xingada de ‘incompetente’ por ela. Assim que soube do caso, a mãe afastou a criança das aulas por três dias.
“A minha filha falava que a professora gritava muito, que não queria ir à escola. A gente leva um choque”, queixa a mulher.
(Fonte: G1 São José do Rio Preto e Araçatuba)