Torcedores invadem o Parque São Jorge

Um grupo de torcedores organizados do Corinthians invadiu o Parque São Jorge, sede social do clube, na tarde desta terça-feira (03/junho). O movimento é um protesto contra o que classificam como “más administrações” que afetam o clube.
“As torcidas organizadas do Corinthians — Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra —, junto aos associados do clube e demais torcedores corinthianos, ocuparam o Clube Social, em um ato de resistência contra o sistema político que vem prejudicando o Sport Club Corinthians Paulista há décadas”, informou a assessoria da Gaviões da Fiel em nota oficial.
Os torcedores exigem “mudanças urgentes e estruturantes” para que o Corinthians não seja mais prejudicado. As reivindicações incluem o direito a voto para o Fiel Torcedor, a modificação do estatuto do clube e a punição dos responsáveis por más administrações.
Crise interna e acusações de “tentativa de golpe”
A invasão das torcidas ocorre em um momento de intensa crise política na diretoria do Corinthians. O presidente do Conselho Deliberativo do clube, Romeu Tuma Júnior, enviou uma carta aos conselheiros nesta terça-feira (03/junho), defendendo-se de um pedido de afastamento solicitado pela Comissão de Ética e Disciplina. Na carta, Tuma Júnior acusou Augusto Melo, afastado da presidência do Corinthians em 26/maio, de uma “tentativa de golpe”.
De acordo com Tuma Júnior, Augusto Melo teria invadido a sala da presidência do clube e tentado reassumir o poder por meio de um ofício, que não foi reconhecido pelo presidente interino, Osmar Stabile, que inclusive chamou a Polícia. A ação de Melo teria se baseado em uma decisão da conselheira Maria Angela de Souza Ocampos, aliada do ex-presidente, que alegou ter assumido o Conselho Deliberativo em meio ao pedido de afastamento de Romeu Tuma Júnior. Ocampos teria determinado a recondução de Tuma Júnior ao posto e anulado todos os seus atos desde o início de abril, incluindo a votação que aprovou o impeachment de Augusto Melo no caso VaideBet.
Defesa de Romeu Tuma Júnior
Na carta, Tuma Júnior dividiu sua defesa em seis pontos, cinco dos quais abordaram o pedido de afastamento liminar protocolado pela Comissão de Ética em 30/maio. Ele afirmou que nunca foi notificado sobre qualquer decisão da Comissão de Ética tomada em reunião em 09/abril. Roberson de Medeiros, presidente da Comissão de Ética, teria comunicado a Tuma Júnior que “nenhum despacho decisório sobre afastamento” foi efetuado.
O presidente do Conselho Deliberativo também destacou que, durante o período em que supostamente estaria afastado, continuou exercendo suas funções normalmente sem oposição, inclusive por parte daqueles que “tentaram dar um golpe no Conselho”. Tuma Júnior alega que a decisão da Comissão de Ética seria “não só inexistente, como também ilegal”, baseando-se em artigos do Estatuto do clube.
Segundo ele, “a Comissão de Ética é órgão fracionário subordinado ao Conselho Deliberativo, e seus achados devem ser submetidos à decisão final e soberana do Conselho Deliberativo”. Tuma Júnior citou o inciso “e” do Artigo 81 do Estatuto, que prevê a competência do Conselho Deliberativo para “julgar os membros do CD, da Diretoria, do Cori, do Conselho Fiscal e da Comissão de Ética e Disciplina, e aplicar-lhes sanções”.
Em resumo, Tuma Júnior declarou que não aceitará a utilização ‘oportunista de uma ata de gaveta’. “Afirmo, não há nada a se cumprir, pois não se cumpre ordem inexistente, sem eficácia e ilegal”, disse o presidente do Conselho Deliberativo na carta. Ao final, Tuma Júnior prometeu continuar defendendo as deliberações “democraticamente tomadas pelos conselheiros” e afirmou ser seu dever “adotar as medidas legais e administrativas contra todos aqueles que atentaram contra a dignidade do Corinthians nos Últimos dias”.
(Fonte: Gazeta Brasil)