Transplantes de órgãos com HIV: Técnica de laboratório envolvida em caso de laudos falsos se entrega à polícia no Rio de Janeiro

       Na manhã desta terça-feira (15), Jacqueline Iris Bacellar de Assis, uma técnica de laboratório de 36 anos, se entregou à polícia após estar foragida desde segunda-feira (14/outubro). Um mandado de prisão temporária havia sido emitido para ela e outros envolvidos em um escândalo relacionado à emissão de laudos falsos de órgãos infectados por HIV, um caso que vem ocupando o espaço da mídia brasileira durante toda a semana passada.

         Jacqueline se apresentou na Delegacia do Consumidor, localizada na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio de Janeiro, acompanhada de dois advogados. Ela não fez declarações à imprensa, que aguardava por respostas sobre os laudos questionáveis.

        A investigação aponta que Jacqueline utilizou um carimbo com o registro profissional de outra pessoa para liberar um laudo que atestava a ausência de HIV em órgãos de uma paciente de 40 anos. Esta paciente acabou infectando outras três pessoas após o transplante, o que gerou sérias preocupações sobre a segurança dos procedimentos realizados.

        Os Conselhos de Biomedicina e Farmácia confirmaram que Jacqueline não possuía registro profissional válido. A auxiliar administrativa, que trabalhava no laboratório PSC Lab Saleme, apresentou um diploma de Biomedicina, mas este não foi reconhecido pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. O documento, datado de 26/abril/2022, foi entregue ao laboratório, que está sob investigação por emitir exames com falsos negativos para HIV.

        A situação se agravou quando se descobriu que seis pessoas que receberam órgãos transplantados pelo PSC Lab Saleme foram infectadas pelo HIV devido a erros nos exames. A clínica afirmou que Jacqueline apresentou o diploma e uma carteira profissional que a habilitava a atuar em patologia clínica. A administração do laboratório ainda divulgou prints de conversas em aplicativos de mensagens, nos quais Jacqueline enviava o diploma à equipe.

(Fonte: Gazeta Brasil)