USP questiona público de 2,1 milhões divulgado pela Prefeitura do Rio no show de Lady Gaga

A estimativa de que 2,1 milhões de pessoas teriam assistido ao show da cantora Lady Gaga na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no último sábado (03/maio), foi colocada em dúvida por uma pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo), considerada a melhor da América Latina.
De acordo com Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora de turismo da USP, os números divulgados pela Prefeitura do Rio de Janeiro não condizem com a realidade física do espaço.
“Se considerarmos todos esses obstáculos e fizermos essa conta com um número aceitável, de 6 pessoas por metro quadrado, o show de Lady Gaga deve reunir no máximo 1 milhão de pessoas”, declarou Mariana à revista Veja.
Um estudo recente do instituto Datafolha reforça a análise da pesquisadora, apontando que Copacabana comporta, no máximo, 1,2 milhão de pessoas — em um cenário ideal e sem barreiras.
Aldrigui explicou que, em eventos a céu aberto, como os shows de Lady Gaga e Madonna, os números geralmente são inflacionados. “Em eventos em espaços abertos, os chutes extrapolam a capacidade física dos locais onde ocorrem. No caso particular do Rio, ninguém duvidava do que se alardeava para os Réveillons, mesmo quando o número chegava a 50% da população residente na cidade confinada na faixa de areia do Leme a Ipanema”, pontuou.
Segundo ela, cálculos técnicos mais realistas indicam uma área útil de 2.000 m², com 80 metros de faixa de areia e cerca de 50 metros de calçada e rua. Com base nisso, e considerando 6 pessoas por metro quadrado, o total seria de aproximadamente 1,56 milhão de pessoas. “É essa a conta que fazem, mas sem descontar absolutamente nada”, afirmou.
A própria pesquisadora reiterou que até mesmo a estimativa de 1,6 milhão de pessoas no show da Madonna, em maio/2024, seria irreal. “O número divulgado de 1,6 milhão seria vinte vezes a capacidade do estádio do Maracanã”, comparou.
Para ela, uma estimativa mais plausível para os dois shows seria algo entre 690 mil e 1 milhão de pessoas.
Enquanto os números oficiais do público do evento “Todo Mundo no Rio”, que contou com a apresentação de Lady Gaga, ainda serão revisados por instituições especializadas, a audiência televisiva já foi medida: a transmissão do show registrou média de 12 pontos na Grande São Paulo — 29% a menos do que o show de Madonna, que atingiu 17 pontos no ano anterior. Cada ponto equivale a 199 mil telespectadores, o que representa cerca de 2,4 milhões de pessoas acompanhando Lady Gaga pela TV na capital paulista. No Rio de Janeiro, a audiência chegou a picos de 21 pontos, ou aproximadamente 4,18 milhões de espectadores.
(Fonte: Gazeta Brasil)
Polícia Civil frustra ataque a bomba no show
Uma operação conjunta da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Ministério da Justiça e Segurança Pública desarticulou um grupo extremista que planejava um ataque a bomba no show da cantora Lady Gaga, marcado para este sábado (03/maio). A ação resultou na prisão de um homem e na apreensão de um adolescente. Ambos são suspeitos de integrar uma rede que incentivava a violência, sobretudo contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+.
De acordo com as investigações, o grupo agia por meio de plataformas digitais e tratava os atos criminosos como um “desafio coletivo”, buscando notoriedade nas redes sociais. A operação, batizada de Fake Monster, revelou que os envolvidos estavam recrutando jovens para realizar ataques com explosivos improvisados e coquetéis molotov.
O líder do grupo foi preso em flagrante no Rio Grande do Sul por porte ilegal de arma de fogo. Já o adolescente, apreendido no Rio de Janeiro, mantinha material de pornografia infantil armazenado. Ambos faziam parte de um esquema maior que utilizava discursos de ódio e conteúdos violentos para atrair e radicalizar adolescentes.
A ofensiva policial cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em nove municípios espalhados por quatro estados: Rio de Janeiro (Rio, Niterói, Duque de Caxias e Macaé), São Paulo (Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista), Rio Grande do Sul (São Sebastião do Caí) e Mato Grosso (Campo Novo do Parecis). Dispositivos eletrônicos e outros materiais foram apreendidos nos locais vistoriados.
Segundo as autoridades, os alvos promoviam a radicalização online incentivando automutilação, pedofilia e crimes de ódio como parte de uma dinâmica perversa de pertencimento entre jovens. A operação contou com a participação de agentes das DCAV (Delegacias da Criança e do Adolescente Vítima), DRCI (Repressão aos Crimes de Informática), Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), 19ª DP (Tijuca) e do Ciberlab (Laboratório de Operações Cibernéticas) do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
(Fonte: Gazeta de Rio Preto)