Queimada Grande a ilha das cobras – 5 cobras a cada m2
A Ilha Queimada Grande só perde em densidade de cobras para a Ilha de Shedao, na China, onde proliferam espécies locais, inclusive a espécie Gloydius blomhoffii. Esta espécie desenvolveu adaptações, ficando com cauda longa, para agarrar, e escura na ponta, usada para imitar larvas de inseto e atrair presas.
As jararacas-ilhoas são predadoras dos atobás-pardos, espécie que tem o hábito de botar ninhos em ilhas e que também se reproduz na Queimada Grande. As cobras capturam os pássaros e também comem os ovos. Lagartos, anfíbios e centopeias também são comidos pelas jararacas-ilhoas.
As jararacas-ilhoas ficam em galhos com frequência, podendo capturar presas também no alto. Mas elas têm capacidade de passar meses sem alimento
História
O mais antigo registro histórico da ilha data de 1532. O português Martim Afonso de Souza aportou na ilha durante uma missão colonizadora.
Em 1911 o faroleiro Antônio Esperidião da Silva foi o responsável por enviar exemplares da jararaca-ilhoa para o Butantan, dando início às pesquisas com a espécie.
Desde 1925, um farol automático está instalado na parte mais plana da ilha, mantido e conservado pela Marinha, mas sem necessidade de alguém no local.
Para duas cidades paulistas, a Ilha da Queimada Grande chama muito a atenção. Afinal, são os municípios mais próximos da ilha (a 35 km do litoral de São Paulo, entre essas duas cidades: Itanhaém e Peruíbe)
Peruíbe é uma cidade com belas praias, turismo ecológico e turismo rural. Fica a 141 km da capital São Paulo e tem 67 mil habitantes em 326 km2. Itanhaém é um dos 15 municípios paulistas considerados “estâncias balneárias”. Com 601 km², tem 104 mil habitantes, a 109 km da capital São Paulo.
O nome Queimada Grande tem uma explicação: os marinheiros que iam à ilha antes da proibição (até porque o farol era operado manualmente) acendiam grandes fogueiras para espantar serpentes. E o fogo era visto do continente.
Estudo
O veneno da jararaca-ilhoa é estudado pelo Instituto Butantan, mas seu antídoto é pouco fabricado, justamente porque essas serpentes vivem em área de acesso restrito a pesquisadores.
A falta de predadores naturais e da intervenção humana permitiu a proliferação dessas serpentes num ambiente isolado e a ilha foi se consolidando como um dos lugares mais inóspitos do planeta.
O Instituto Butantan explica que a jararaca-ilhoa remonta a 11 mil anos atrás, após a Era Glacial. Com o aumento da temperatura, a espécie se adaptou no isolamento.
A ilha tem fauna endêmica (que só existe lá), como a jararaca-ilhoa (justamente a cobra que existe em profusão no local) e a perereca ‘Scinax peixotei’
A Ilha da Queimada Grande faz parte de uma unidade de conservação criada em 31/janeiro/1984. Tem o título de “área de relevante interesse ecológico”, ou seja, com proteção determinada por lei para a preservação da fauna e da flora.
A ilha pertence à Marinha do Brasil, mas o acesso não é liberado nem mesmo para os integrantes das Forças Armadas sem licença especial. Ali só podem entrar, também, pesquisadores, ambientalistas e cientistas com autorização.
A Ilha da Queimada Grande, a 35 km do litoral paulista, é um dos lugares mais perigosos do mundo. Entra em qualquer lista de ambientes onde o ser humano não pode pisar (exceto com autorizações especiais).
(Fonte: Flipar/br.msn)