Governo estuda retornar com o Horário de Verão

        O MME (ministro de Minas e Energia), Alexandre Silveira, afirmou que a volta do horário de verão é uma possibilidade concreta. Segundo Silveira, a decisão final dependerá dos estudos que serão apresentados pelo NOS (Operador Nacional do Sistema) na próxima segunda-feira (16/setembro).

       O MME solicitou uma análise detalhada dos preços e da capacidade de despacho de energia disponível no país, com foco especial nas termelétricas. Silveira destacou que, além dos impactos energéticos e econômicos, a adoção do horário de verão pode ajudar a reduzir a operação das usinas térmicas durante períodos de alta demanda.

        “Horário de verão é uma possibilidade real, mas não é um fato, porque ele tem implicações não só energéticas, tem implicações econômicas. Até agora, todos os dados de pesquisa anteriores são positivos, fomenta a economia em diversos setores do Brasil. Ele é importante para diminuir o despacho de térmicas nos horários de ponta, mas é uma das medidas”, afirmou o ministro.

        O ministro também garantiu que o país não enfrentará racionamento devido à atual seca e que a segurança energética está “garantida”. “O que se discute agora são medidas para que a gente continue tendo essa segurança energética, que ela tenha o menor impacto tarifário ao consumidor”, completou Silveira.

        O horário de verão foi criado para aumentar o aproveitamento da luz natural em relação à artificial. Durante este período, os relógios eram adiantados em uma hora para reduzir o consumo de energia elétrica, especialmente durante os horários de pico.

        Na próxima segunda-feira (16/setembro), Silveira ordenou ao CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) e à SNME (Secretaria Nacional de Energia Elétrica) que se reúnam com o ONS para apresentar um plano de contingência para o verão de 2024/2025 e o planejamento energético para o próximo ano.

        Silveira acrescentou que pesquisas demonstram que os efeitos do horário de verão — durante os meses da primavera e do verão — são positivos para vários setores econômicos do Brasil, incluindo turismo, bares e restaurantes.

        Sobre as termelétricas e a energia verde, o ministro sublinhou que a economia gerada pelo horário de verão pode ser crucial para reduzir o despacho de usinas térmicas durante os horários de pico de consumo, que geralmente ocorrem entre 18h00 e 21h00. No plano de contingência solicitado ao CMSE, Silveira quer informações sobre as usinas térmicas, distinguindo entre as pertencentes à Petrobras, ao setor privado e as que utilizam combustíveis fósseis como óleo diesel. O objetivo é manter o equilíbrio do setor elétrico brasileiro com segurança energética.

        O horário de verão foi instituído pela primeira vez no Brasil pelo então presidente Getúlio Vargas, de 03/outubro/1931 a 31/março/1932. Desde 1985, o horário de verão foi aplicado continuamente até 2019, quando o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu revogá-lo, alegando baixa efetividade na economia energética.

(Fonte: Gazeta Brasil)