Boulos defende aliado investigado por elo com PCC: “Não houve indiciamento”
Na sexta-feira (20/setembro), o candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), defendeu seu aliado, o vereador do PT Senival Moura, afirmando que o petista, investigado por seu papel na Transunião, uma das empresas de ônibus da capital envolvida em investigações por suposta ligação com o PCC, não foi indiciado.
Boulos foi questionado, durante sabatina do Metrópoles nesta sexta, sobre por que critica a gestão do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), pela infiltração do PCC nos contratos com empresas de ônibus, enquanto ignora as suspeitas envolvendo a Transunião e seu aliado.
“No caso da empresa que tem essa ligação com o Senival, não houve indiciamento, não houve operação do Gaeco [braço do Ministério Público que investiga o crime organizado em São Paulo], não houve operação da Polícia Civil. No caso da UpBus e da Transwolff, os donos foram presos com armamento pesado encontrado, com ligação com o crime organizado comprovado”, afirmou o psolista.
Na sabatina, Boulos se comprometeu a realizar uma auditoria minuciosa nos contratos com as empresas de ônibus, especialmente a Transwolff e a UpBus, que são os principais alvos da Operação Fim da Linha, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro do PCC por meio das viações que operam na capital.
Depoimentos obtidos pela Polícia Civil de São Paulo apontam para um papel de liderança de Senival na Transunião. O parlamentar é investigado por suposto envolvimento no assassinato de um ex-diretor da empresa, que, segundo os investigadores, seria seu testa de ferro no comando da companhia.
Em depoimento, uma testemunha protegida afirmou que Senival, candidato à reeleição na Câmara Municipal e aliado de Boulos, está envolvido com o transporte clandestino desde a década de 1970 e, ao entrar na política, começou a arrecadar verbas de campanha com o crime organizado.
A testemunha também alegou que o vereador petista pró-Boulos utilizava “laranjas” para administrar a Transunião.
Apesar disso, Boulos afirma que não é possível “colocar no mesmo baralho” as investigações sobre a participação de Senival na Transunião e a relação da gestão Nunes com as demais empresas.
(Fonte: Gazeta Brasil)